Menino Levado da Breca

Posted in Cultura Brasileira e baiana on 04/12/2009 by bahiadetodosostextos

Por João Marcelo Carvalho

Assistir a Alô, Alô Terezinha é voltar à década de 80 e reviver o trunfo de Abelardo Barbosa, mais conhecido como Chacrinha, junto com seus artistas e calouros que comandaram a televisão da época. O documentário retrata os bastidores pouco conhecido do programa, e também, como foi trabalhar e conviver com Chacrinha, através de histórias das chacretes, dos artistas que freqüentavam o programa e das chacretes.

Nomes que fizeram parte do programa do Chacrinha, falam sobre sua experiência de participar e conviver com Chacrinha, como:  Roberto Carlos, Gilberto Gil, Fabio Jr., Dercy Gonçalves, Cauby Peixoto, Agnaldo Timóteo, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani,  Baby do Brasil, Alceu Valença, Alcione, Beth Carvalho, Elba Ramalho, Fafá de Belém, Ney Matogrosso, Elymar Santos, Elke Maravilha, Byafra, Chiclete com Banana, Wanderleia, Rosemary, Nelson Ned, Gretchen, Rogéria, Wilson di Paula, Velho Xaveco, Rita Cadillac, Índia Potira e Gracinha Copacabana. O documentário também exibe partes do programa, e relato de calouros saudosistas da época que iam cantar e receberam abacaxis como brinde do Chacrinha.

Vale à pena conferir e voltar ao tempo para rir das histórias e palhaçadas que transformaram o Chacrinha em porta para muitos artistas de hoje e, principalmente, em um comunicador revolucionário da época.

Festa de Oxóssi

Posted in Cultura Brasileira e baiana on 04/12/2009 by bahiadetodosostextos

Por João Marcelo Carvalho

Participar de uma festa do candomblé foi uma experiência única. Como baiano, soteropolitano, tinha que ter vivenciado isso uma vez na minha vida, foi chegado e vivenciado da melhor maneira possível, como expectador. Quinta-feira, 12 de novembro de 2009, festa de Oxossi, no terreiro do Gantois, cheguei cedo e fiquei esperando a festa começar, meio sem saber o que iria ver, curioso e ansioso ao mesmo tempo. Chegada à hora da festa, o terreiro se abre e um salão, muito bem enfeitado, cheio a folhas de arruda espalhadas por todo o chão, mostra que o ambiente espera realmente por uma festa, festa essa que irá reverenciar o orixá.

Homens se mantêm de um lado e mulheres do outro, assim começa a festa no terreiro. Apesar da festa ser de Oxossí, há uma reverência no começo a todos os orixás, através da batida dos tambores, da dança das filhas da casa e da fé de cada um que cantam e acompanham da sua maneira. Terminando a saudações de todos orixás em geral, começam as manifestações e um direcionamento voltado à Oxossí, o anfitrião do dia.

A maneira como os filhos do terreiro se vestem, dançam e recebem os convidados e adeptos, são extremamente organizados, levando à saudação constante – através do gesto de tocar no chão e atrás da cabeça -, e também a reverenciar a Mãe da casa, que se destaca ao sentar em sua poltrona específica, e todos te pedem a benção deitando e se ajoelhando aos seus pés, sendo que a benção pedida por uma mulher é diferente da do homem. As filhas de santo entram vestidas de baianas, com jarros floridos na cabeça e começam a incorporar Oxossí, junto aos filhos que também começam a incorporar e são acompanhados por “ajudantes”, tornando a festa mais mística e transbordando fé, por parte de todos que participam.

Está em contato com o novo é algo que sempre me atraiu, me permitir participar de uma manifestação religiosa diferente de tudo que tinha visto é enriquecedor, não só na construção do profissional de jornalismo, mas também da minha personalidade. O candomblé me desarmou de preconceitos que tinha para com o mesmo, e me mostrou que a fé é algo a qual todo ser humano tem que ter, seja ela da maneira que for, na crença que tiver que ser, mas tem que lhe proporcionar o bem estar, para com si próprio e o mundo quem nos cerca.

Alô Alô Terezinha!

Posted in Cultura Brasileira e baiana on 03/12/2009 by bahiadetodosostextos

por Leila Pereira

Sinopse oficial:

Alô, Alô, Terezinha! é um documentário de longa-metragem sobre o maior fenômeno de comunicação do país. Politicamente incorreto, radical, renovador, Chacrinha mudou para sempre a televisão brasileira e expressou um Brasil que estava em torno dela, mas não era percebido. O filme conta a grande aventura de Abelardo Barbosa através da ótica do apresentador. Reúne os núcleos de sua constelação – chacretes, calouros e artistas que passaram por seus programas – para identificar suas individualidades e suas emoções.

Abelardo Barbosa tem sua história contada por ex-chacretes, ex jurados e ex-calouros: uns sinceros, outros não; uns bajuladores, outros nem tanto…porém fica marcada a busca desesperada por 15 minutos de fama ( para os que precisam dele): cinquentonas peladas, cristãs de maiô na TV, calouros sem dentes e sem voz e até uma ex chacrete que diz cantar para o mundo todo por videoconferência e cobrar em dólar…

Sociedade São Jorge do Gantois

Posted in Cultura Brasileira e baiana on 03/12/2009 by bahiadetodosostextos

por Leila Pereira

Localizada na Federação, bairro mais alto e “comunicativo” de Salvador, A Sociedade São Jorge do Gantois (conhecida também por Terreiro do Gantois ou Axé Yamassê) é liderada por Mãe Carmem desde 2002. “O que diferencia o Gantois de outros terreiros tradicionais da Bahia (…) é que a sucessão se dá pela linhagem e não através de escolha pelo jogo de búzios.”¹

Na quinta feira, 12 de novembro de 2009, a Festa realizada no Salão Principal do Terreiro era para Oxossi. No chão do salão, folhas por toda a extensão, formando no centro um dos símbolos do Candomblé; No teto, tiras de papel branco e misturado a elas, enfeites de pombas e círculos de isopor com tinta prateada. Homens e mulheres sentam-se em lados opostos do salão; roupas pretas não são permitidas em hipótese alguma. Ao entrar no salão, o visitante ou fiel tem sua mão lavada com álcool, para purificação.

Com algum tempo de atraso, começa a cerimônia! Filhas de Santo entram, formam um círculo e dançam uma música para cada orixá, enquanto homens batucam no tambor e entoam as canções. Após a dança para os Orixás, a Mãe de Santo senta-se numa poltrona e recebe reverencias dos fiéis, ritual semelhante à oferenda católica. Após as reverencias, As filhas de Santo retornam ao Salão, agora com vasos de flores sobre a cabeça se dirigem para fora do Salão. Filhos de Santo passam pelo Salão e se dirigem para fora rapidamente, para a parte inferior da Casa.

¹retirado de www.bahia.com.br

Quanto vale ver Herbert de perto?

Posted in Cultura Brasileira e baiana on 03/12/2009 by bahiadetodosostextos

por Rogério Oliveira

Tarefa de casa! Assistir a um documentário no cinema. Trabalho de escola é assim, ou faz ou fica sem nota. Tudo bem, Como eu tinha R$ 20,00 de sobra, resolvi cumprir a labuta e ficar livre no domingo. Saí de casa às 17h30min do sábado dia 24 de outubro, imaginando que gastaria R$ 10,00 de ingresso, e sobraria a metade para a pipoca e o refri. Sorte a minha, que não paguei o buzú, economizei R$ 2,15. Cheguei ao Shopping, por volta de 18h40min, fui direto ao multiplex, chegando à bilheteria, nem pensei fui logo perguntando:

– Tem Herbert de perto?

A moça não muito simpática me Respondeu.

– Tenho para as 20h00min.

De novo sem pensar tratei de garantir logo o meu.

– Eu quero

Ela me perguntou como se soubesse que sou estudante.

– Inteira ou meia senhor?

Puxa! Eu tinha esquecido de levar o comprovante de matrícula da escola que estudo, mostrei-lhe o cartão de acesso, ela olhou, meneou a cabeça negativamente, pegou minha nota de vinte reais e colocou o troco na abertura do guichê junto com o ingresso e o cartão, quando peguei tudo que conferi o troco, veio o susto, só tinha R$ 3,00, Conferi o ticket e estava lá com letrinha miúda, inteira R$ 17,00. Fiquei triste é claro pensei em vender e me mandar pra casa, mas, aí pensei, já que estou aqui, vou tirar onda de bacana! Ainda era 19h00min, fiquei por ali dando uma volta pra passar o tempo, quando vou descendo a escada rolante, uma moça muito bonita, teve o seu vestido longo e listrado sugado pela escada, coitada ficou ali um tempão pagando o maior mico e ninguém ajudava, então pensei, vou lá! Sem temor perguntei:

– Precisa de ajuda senhorita?

– Sim! Não tem problema se rasgar, o importante é que me tire daqui.

Depois de algum esforço, prontinho. Fiquei com as mãos sujas de graxa e a jovem além de muita vergonha teve o vestido rasgado.

– Moça por gentileza poderia me dizer seu nome?

– Meu nome é Iara, e muito obrigada.

Fui lavar as mãos e quando cheguei ao banheiro, meu Deus que luxo!

Já quase morrendo de sede, fui à lanchonete, com a propaganda da Pepsi, engraçado todas tinham a mesma publicidade, mas, eu queria tomar água. Vamos aos preços: Pipoca R$ 5,00 da pequena, da grande 7,00. Água R$ 2,50. refri. 300 ml, R$ 2,50. Achei aquilo tudo muito irado, pois, estou acostumado a tomar água de R$ 1,00, ref. de 1,50 e ainda como pipoca de 1,00, também nunca tinha visto alguém presa a uma escada. Aí resolvi registrar tudo. Êpa! Cadê a caneta? Fui comprar, encontrei uma que custava R$ 2.200,00 achou cara? Se eu não pudesse pagar a vista podia dividir em Seis vezes, fui à outra loja e achei uma mais barata, R$ 65,00, mais eu só tinha três reais! Então tive uma idéia, vou ao piso popular, o térreo é claro! Encontrei uma que custava R$ 1,00, comprei. Só que a sede não passava. Saí do shopping atravessei a rua e comprei um H20, que custou R$ 2,00 no camelô. Voltei correndo para não perder o início do documentário, a minha sala era a de Nº 02. Encontrava-se no recinto um grupo de amigos barulhentos, e eu lá anotando tudo, tirando a maior onda. Mas, a coisa que mais me emocionou e que valeu os meus R$ 17,00, foi ver o trailer do filme de Fábio Barreto, com Lucélia Santos e Glória Pires, Lula o filho do Brasil, com estréia prevista para 1º de Janeiro, os olhos encheram de lágrimas. Iniciou o documentário com Herbert na cadeira de rodas assistindo pela TV, imagens antigas da banda Os paralamas do sucesso. A mãe de Herbert, a senhora Tereza Viana, contou como aconselhou o filho a trocar de baterista, já o pai do cantor, disse que o filho quando era pequeno ganhou uma bicicleta e trocou por um violão de verdade. Pude ver também Gilberto Gil falando que os paralamas têm a pegada do reggae, conheci Bi Ribeiro, o baixista da banda, João Barone o baterista que substituiu Vital, e pude perceber a amizade entre esses três rapazes, que bonito estiveram juntos o tempo todo, nesse momento confesso que fiquei bastante emocionado. Relembrei o dia da estréia da banda em 1983 no circo voador, na abertura do show de Lulu Santos, aí a memória funcionou quando eles tocaram na edição do “Rock in Rio”, isso foi em 13 de Janeiro de 1985. Claro que não podia faltar Carlinhos Brown, ajudando a compor uma Brasileira, cantada por Djavan e Herbert. Emoção maior foi quando Dado Villa Lobos, ex-legião urbana, narrou o acidente. Passei momentos difícieis, pois o H2O me deu uma baita vontade de fazer x… Êpa, Mijar, só que eu não queria perder nem um detalhe e aguentei até o final, só que depois me deu dor na bexiga.

“O choro pode durar uma noite, mas, a alegria vem ao amanhecer”, esta frase faz parte da canção do ex-trompetista dos paralamas, Matos Nascimento, hoje evangélico. Aí eu me alegrei ao ver o milagre na vida do líder da banda que conquistou o mundo. Ele encerrou o documentário cantando em inglês a musica “se eu não te amasse tanto assim” para sua esposa morta no acidente, a senhora Lucy Needham Viana. Ingresso R$ 17,00, caneta R$ 1,00, H2O R$ 2,00 no camelô, transporte 2,15 no buzão. “Ver um milagre na vida de Herbert, e tirar onda de bacana em pleno Iguatemi, não tem preço”.

Ah! Quer saber como voltei pra casa? De carona!

A primeira vez a gente nunca esquece

Posted in Cultura Brasileira e baiana on 03/12/2009 by bahiadetodosostextos

por Rogério Oliveira

Sempre ouvi falar em teatro, pois este é um dos mais antigos meios de comunicação utilizados pelo homem, foi usado para catequizar nossa matriz étnica, “os índios”, mas depois foi surgindo outros meios de se comunicar e ele foi ficando para traz. Eu sempre tive vontade de ir assistir a uma peça só que me faltava incentivo para tal, e enfim pintou o que faltava, minha professora, ela mesma. Hum! Sei o que deve estar pensando agora!

– Ela o convidou para ir ao teatro.

Não, não é nada disso! Antes fosse! É que ela mandou fazer um trabalho valendo como nota complementar para o semestre. Então, fui ao pelourinho no Sesc-Senac, e assisti ao espetáculo “Umbigo” dirigido por Djalmir Melo, tendo como elenco o próprio Djalmir e o ator e dançarino Jorge Santos. Com uma trilha sonora bem legal, lembrando muito os índios os negros e o homem branco, os artistas deram um show.  Tinha um pouco de tudo e No início os atores estavam apenas de cueca, representando o caos vivido pelo homem e depois eles foram se vestindo. O espetáculo não tinha texto, e para entender a mensagem foi preciso usar o raciocínio e um pouco de criatividade, elementos essenciais esse tipo de apresentação. O cenário muito simples, com peças de roupas espalhadas ao chão, representando pessoas que estão ao nosso derredor e que não prestamos atenção. Tinha também alguns tijolos que foram usados para formar uma mini-coluna na qual um dos atores subiu e deu-me a entender que o homem quando está por cima não vê o que está por baixo. A coreografia muito bem ensaiada  lembrava muito os conflitos humanos, onde brigamos por tudo e depois volta com a solidariedade. Eles foram aplaudidos de pé por quase cinco minutos, não uns três, talvez dois. Não importa! Bom é que o público gostou. A peça durou 30 minutos, um pouco caro para a duração, mas, como fazia parte do festival internacional de artes cênicas, valeu os R$ 10,00 e a minha primeira vez no teatro.

Branco, índio ou negro?

Posted in Cultura Brasileira e baiana on 03/12/2009 by bahiadetodosostextos

Por Rose Vitório

(Censo )

Censo -Branco, pardo ou negro?

Brasileiro ( para um amigo ao lado)-Eu sou o quê?

Amigo- Moreno?

Brasileiro -Mas ouvir falar que meu avô era índio

Amigo – Você tem olho puxado…

Brasileiro Mas meu cabelo é liso

Amigo -Liso?

Brasileiro -é porque eu corto curto.

Amigo- Seu nariz é achatado!

Brasileiro- Mas minha bunda é branca!

Amigo- Seu avô é negro

Brasileiro – Minha mãe diz que ele era um mulato…fino!

Censo -Branco, pardo ou negro?

Brasileiro – Diz ai que eu sou brasileiro!

(texto retirado  do espetáculo o cidadão de papel, da Cia de teatro o cidadão de papel.)

Poderia ser apenas uma cena de um espetáculo teatral, mas o texto acima faz parte das       inúmeras interrogações que os brasileiros carregam sobre sua matriz étnica.Em um país como o Brasil cujo a formação originou  da junção  de três raças.os brasileiros passam todo o tempo interrogando-se  como se estivessem na avaliação de um censo. Afirmar que um brasileiro é 100% negro ou 100% branco e até mesmo índio. chega a ser até estupidez.

É claro que dizer que é branco como grande parte o faz   é mais cômodo e mais seguro uma vez  que visto pela a sociedade o negro ainda continua sendo uma “coisa um instrumento,  objeto que fala”  e  o  índio um animal selvagem, afinal a posição do branco continua  ser de soberano. Perdendo seu posto apenas no momento de cotas onde a “valorização de  negros e índios chega a ser assustadora”. Brasileiros este nome deveria ser uma raça para um povo misto, talvez assim não existisse  o preconceito ao menos entre si.

Não era para ver

Posted in Cultura Brasileira e baiana on 03/12/2009 by bahiadetodosostextos

Por Rose Vitório

Localizado na Rua Mãe Menininha do Gantois, no bairro da Federação, está o templo da mãe Pulchéria, Mãe das Mães dos Gantois. Antecessora de mãe Menininha que foi escolhida na infância pelos santos do candomblé como mãe-de-santo do terreiro, a que dita às regras e comanda todo o funcionamento da casa nos rituais. Com intuito de observar o comportamento dos adeptos ao candomblé para apenas execução de uma atividade acadêmica, visitei pela primeira vez no dia 12 de novembro um culto do candomblé.

Na entrada do terreiro fies e visitantes são recebidos por um homem, dito como guardião do templo,percebo que  a cor da roupa do guardião e dos fies e filhos da casa tem algo em comum na sua tonalidade,  em sua grande maioria estavam vestidos de azul e branco. Com um  gesto de saudação os filhos da casa gantois e fiéis adentram o templo com um leve toque sobe a testa e a nuca, o ambiente todo enfeitado em tons azuis e brancos como a dos fies, chamou a minha  atenção, observo ao meu redor com a inquietação  em saber o porque da igualdade, e logo tenho a resposta através dos banes espalhados com dizeres em exaltação ao orixá da noite, roupas utilizadas pelas filhas de santo como as de baiana de acarajé porém até  caprichadas, nas  esculturas de todo o templo,  traduzem que  o “rei” da noite  ossosi. De forma bastante particular os filhos de santo recebem os visitantes na entrada do tempo, com gel em frasco onde   pareceu-me uma espécie de  “purificação” para todos que chegam, aplicando uma pequena quantidade   na palma da mão. Homens e mulheres são separados, cada um vai para um lado do terreiro. O Toque do atabaque anuncia que é chegado o momento  da reverencia ao orixá, me levantei e fiquei na expectativa, afinal já que pela atividade eu  esta ali, seria descuido perder algum detalhe; Filhas de santo e iniciantes dançam todo o tempo canções de matrizes africanas, a falta de afinidade com as músicas aumenta a minha sensação de angustia, são diversas canções para cada orixá que mudam juntamente como o comportamento corporal, das filhas de santo, em movimentos sempre circulares, ora lento, ora rápido e com uma descida ao chão as filhas enfatizam a reverência. Uma senhora cujo é nomeada mãe Carmem está sentada no “trono” uma cadeira com assento branco que ficava num local parecido com um nicho ( nicho: cavidade ou em vão ou em parede ou muro para colocar estátua, imagem ou qualquer objeto ornamental) numa posição hierarquizada como se fosse o papa dando a ostia  no dia da missa de galo, a mãe Carmem da a benção aos fiéis. Com tempo já preparado para vinda do orixá as filhas de santo saem do terreiro com    uma faixa vermelha, juntamente com alguns homens que vão se vestir para ossosi. Noto que  algumas mulheres e alguns homens mudam o semblante e dançam de forma bem diferente do inicio do culto, fico alerta para  entender melhor este momento de transação. Continuando a dança as filhas de santo e os quatro homens que pareciam representar ossosis retornam ao salão para continuarem o culto, agora de forma mais frenética dão pista de  que o orixá já está presente. Antes mesmo da demonstração da performance de ossossis no salão já com sua roupa personificada como falou um adepto do candomblé  ao meu lado   num tom baixo, para uma amiga que visitava pela primeira vez também, mas com  bastante afinidade com  religião;  o relógio  me alerta ás  22:00 horas,um tanto tarde para o culto que deu inicio com atraso de duas horas, e  infelizmente  sou “obrigada” a me retirar do salão um  ambiente nada familiar para mim.

O jardim das Delicias

Posted in Cultura Brasileira e baiana on 03/12/2009 by bahiadetodosostextos

Por Rose Vitório

O Espetáculo Jardim das Delícias, foi uma das peças do  Festival internacional de artes cênicas da Bahia, realizada  no  espaço cultural da barroquinha em  30 de outubro 2009, composta  pela Cia Das Helmi( Berlim Alemanha) A peça traz uma situação histórica vivida no sec XVII e faz um link com o momento presente. Através do olhar do grande poeta Gregório de Matos, com textos baseados nas suas  poesias temas como: corrupção , sensualidade, heresias, sexo , banalidades, são levantados de forma cômica. O teatro de boneco é um elemento chave para a interpretação e desenrolar da história, que traz a ruptura com o teatro de representação. A manipulação dos bonecos são feitas desde forma técnica a mais tosca, para a representação do teatro que oscila entre o real e o irreal.De forma bastante particular com a ideologia do grupo, os personagens interpretados pelo bonecos ao mesmo tempo que são   protagonistas são coadjuvantes cedendo espaço para os  personagens  interpretado pelos atores. O cenário feito de matérias recicláveis complementam a idéia de um Brasil, que tem uma história construída de forma frágil, sobretudo a Bahia terra de todos e de ninguém.

“A cada canto um grande conselheiro

Que nos quer governar cabana, e vinha,

Não sabem governar sua cozinha ,

E podem governar o mundo inteiro”. ..

Gregório de Matos

O grande Gregório de Matos é que estava correto quando em suas poesias denunciava as mazelas da Bahia.

O Signo da Cidade

Posted in Cultura Brasileira e baiana on 03/12/2009 by bahiadetodosostextos

por Rose Vitório

O signo da cidade do autor Riccel, Carlos Alberto, Brasil, 96 min, ficção 2007 São Paulo. Foi um dos longas  Exibidos  na 4º mostra de Cinema e Diretos Humanos na América do sul entre 5 de outubro a 10 de novembro de 2009 na sala Walter Silveira na cidade de Salvador.

O longa busca retratar como a vida de diversas pessoas estão ligadas umas as outras, problemas e dilemas, como preconceito, violência, homossexualismo, traição, depressão, drogas entre outros  assuntos são abordado durante todo o longa.

No céu de São Paulo enquanto astros e estrelas se movimentam, atirando sua fortuna ao acaso, homens e mulheres se interrogam  em  que consisti seus sonhos e cobiças?    Histórias que vive toda uma sociedade complexa são contadas através das personagens:  Mônica, a atendente do programa noturno onde escuta ouvintes anônimos, mas que não  é nem um pouco comovida com o infortúnio alheio que escuta, Gil um marceneiro apenas casado, Lydia a sua esposa que vive os perigos do prazer da luxaria, Josialdo que nasceu para ser mulher, e a então protagonista Teca,  Astróloga e colega de Mônica do programa de radio.  Teca, é filha de seu Aníbal que negou a paternidade, e  Helena  sua mãe, homossexual que  morreu por depressão, Teca  além de viver seus próprios dramas, devido a   profissão acaba por  encobrir  seus problemas e passa a  viver e ser guia para a solução de problemas alheios. A história  não segue um padrão linear, com começo, meio e fim, mas contudo todas as histórias são interligadas, assim como são as estrelas que serve como signo para o desenvolver do longa.

Os signos da nossa sociedade não estão muito distantes da imaginária astróloga, demonstrada na ficção, porém  os nossos nosso signos, são códigos que custam a  ser decifrados, por pessoas que preferem viver a cegueira da realidade mesmo enxergando – a  com muitas cores.